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Sam ao Luar

Sam ao Luar

29
Mai21

O meu PT é o melhor

Sam ao Luar

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Na revista masculina Men’s Health (que o meu companheiro faz questão de comprar mas não ler), li recentemente uma pergunta / resposta, que passo a enviar em foto. Compreendi a pergunta e concordei com a resposta, mas achei por bem dar a minha opinião, baseada na minha experiência como acérrima frequentadora de ginásio, com direito a PT. 

O meu, e só para que conste não fui eu que escolhi, foi o que me saiu na rifa, é muito agradável à vista. É 10 anos mais novo que eu, mas é um mocinho muito bem estruturado, física e psicologicamente. Já treino neste formato há 2 anos e meio, aproximadamente. Quando conheci o meu PT (aquele que me saiu na rifa, porque simplesmente marquei avaliação física no ginásio e não sabia quem ma ia fazer) estava num lugar bastante mau. Pronto. Deixa lá isso... 

De repente, comecei a ganhar mais confiança e a alcançar objetivos, no início, a nível físico. E depois comecei a estabilizar a nível emocional. Ter alguém sempre a motivar-nos, a incentivar-nos, a garantir que fazemos os exercícios de forma correta, ajuda a ganhar gosto na prática do exercício (sendo eu alguém que nunca o teve e que precisou de água com açúcar no primeiro treino acompanhado). Ver os músculos a crescer, o corpo a mudar, a ganhar gosto em olhar ao espelho, é muito satisfatório.  

E depois deste tempo todo, ter um amigo, um companheiro, alguém que pergunta se estamos bem e que garante que estamos bem, é muito compensador a nível emocional. É aconchegante e aquece o coração os olhares de cumplicidade que trocamos e por vezes conseguimos mesmo entender-nos sem dizer uma palavra. Chegamos mesmo a conversar sobre assuntos que não tem nada a ver com o que estamos a fazer (entenda-se, treinar) e chego a dar por mim a pedir-lhe conselhos. Por isso, entendo este senhor ao achar que tem uma relação “extra” com esta treinadora. E até poderá ter, se sentir a amizade, o companheirismo e o respeito que eu sinto pelo meu. Mas é só isso. E eu compreendo-o. 

Além disso, falemos da fisiologia do ser humano e da prática de exercício: liberta hormonas que nos fazem sentir bem. O corpo está a associar um estímulo muito positivo (a prática do exercício) à presença de uma pessoa. E isso engana o cérebro! O efeito é semelhante ao consumo de substâncias ilícitas, é viciante! Este senhor vai achar que precisa de estar com esta senhora para ser feliz, o que não é inteiramente verdade. 

Se eu pudesse falar com este senhor, era o que lhe diria.  

25
Mai21

"E depois do nós... o ficarmos sós"

Sam ao Luar

Ser professora é um sítio estranho.

O meu real problema é passar a maior parte da minha convivência com seres da mesma espécie... menores de idade. Uma colega de profissão mencionou (num dia em que totalmente substituiu o sumo de um pacote de litro por um bom vinho, por isso, não sei se efectivamente sentia o que dizia) que os do nosso tipo têm a mente constantemente jovem e atualizada, devido à convivência com gente jovem.

Até concordo. Consigo descer ao seu nível de calão e imiscuir-me nas suas conversas destravadas, tal professora "fixe" que senta e convive com eles.

Mas chega ao final do dia e eu sinto, honestamente, com todas as ganas do meu ser, a necessidade de falar com adultos. Ter um diálogo sem "tipos e coisas e cenas". Falar de coisas sérias ou parvoíces, tanto faz. Mas falar com alguém que saiba conjugar o verbo "estar" em substituição do vulgar verbo "tar".

Considero-me uma pessoa até bastante autoconfiante. Mas sinto dificuldade, depois de várias horas a falar dialeto "adolescentês", em ter um diálogo adultamente falado. Não sei de que conversam os adultos no seu dia a dia, não vejo notícias (tenho um filho de 6, vejo Panda e SIC K), não sei responder ser parecer descabida, sem sentir sobre mim aquele olhar reprovador de "sério que estás a dizer isso?" (e agora aparece aquele gif de alguém com muita vergonha a encolher os ombros como quem diz "eu avisei"). 

Talvez seja por isso que sou desprovida de amigos. Ou isso ou sou mesmo má pessoa!

 

21
Mai21

Desafio dos Pássaros 3.0 - Tema 2 - Afinal havia outro...Fogão!

Sam ao Luar

https://desafiodospassaros.blogs.sapo.pt/

 

— Maria, nem sabes o que me aconteceu hoje no trabalho.

— Então, Manel? Olh'ó fogão.

— Estava eu a chegar ao parque de estacionamento e não é que, àquela hora, já estava cheio! Porra, pensei eu, será que cheguei atrasado? Mas não, estava mesmo cheio!

—  E então?

— Vinha um colega no carro atrás de mim e eu até lhe liguei ali mesmo: “Ó Tozé, isto está cheio.  Aonde vais meter a viatura?”

            —  Vou meter ali no parque de cima. Vou já dar aqui a volta, mas'é!

            — Eu nem sabia que havia parque de cima!

— Afinal havia outro parque... Fogão.

— Entretanto cheguei à minha secretária e não é que estava lá o telemóvel da empresa! E eu a pensar que andava com ele. Se o chefe me ligasse, estava lixado. E não é que estava no bolso? Então, tinha ligado ao Tozé, não é? Mas estava lá mesmo outro.

— Afinal havia outro telemóvel, qual é o mal? Fogão!

— Olha, apareceu um gajo que eu nunca tinha visto.

           — Bom dia, sou o Jorge. Viu o meu telemóvel da empresa? Se me ligam outra vez, estou queimado. Não me lembro onde o pousei, pá!

            Pensei eu: “Então e o Miguel, o outro estagiário? Era porreiro!”

— Afinal havia outro estagiário?... Fogão!

 — Havia o Miguel. Era fixola. Mas este Jorge até me ensinou a usar o outro programa para manobrar a maquinaria pesada. Muito mais fácil!

— Ai afinal havia outro programa?... Fogão!

— Acabamos por ir almoçar juntos. Perguntei-lhe se queria ir àquele tradicional da esquina. Aquele, sabes? Que tem o prato do dia. Ele até me indicou outro que é bem mais barato. 

— Afinal havia outro restaurante... Fogão, Manel!

—Olha, até se comeu bem. Se calhar vou começar a lá ir. E nem sabes, não é que a estrada nova está outra vez em obras? Tive de dar a volta... Por isso é que cheguei a esta hora. Tive de meter a morada no GPS. Encontrei outro caminho, não sou bom nisto?

— Já sabia que havia outro caminho... FOGÃO!

— Possa mulher, estás a enervar-me, caraças. O que tem o fogão?

— Olha, tem o jantar que acabaste de queimar, seu parolo! Que tal ires buscar outro?

 

19
Mai21

Mandaleiros

Sam ao Luar

Sou aquele tipo de pessoa que pinta mandalas para descomprimir.

Apesar de não ter o tempo que desejaria para me dedicar a tal arte (mentirinha, passo muito tempo de glúteo prostrado no sofá a jogar Candy Crush e similares, enquanto a criança dorme), gosto da ideia de ter guardados vários livros comprados em alfarrabistas com mandalas de todos os tipos e formas.

Gosto também de comprar lápis de cor e marcadores para depois pensar que vou usá-los para colorir as minhas mandalas. Não compro de marcas muito caras, não senhor, mas também não pode ser pixebeque, senão os lápis não são macios o suficiente para fazer os degradés e os esfumados (diz ela em tom empertigado).

Tenho, no entanto, um problema gravíssimo: não sou uma pessoa criativa. Pronto, está confessado. Não consigo olhar para aquela parafernália de cores, de vários tons e subtons, e conjuga-los de forma harmoniosa. E portanto, o que me sucede quando tento pintar uma mandala é, efetivamente, mandá-las à merda porque não me consigo decidir: pinto a lápis ou a marcador? Faço de várias cores ou só com 2 (para criar um efeito sombreado...)? Escolho tons quentes ou frios… ou misturo? Fico stressada e angustiada.

A minha solução para estes problemas de país desenvolvido, que gentilmente partilho e garanto que funciona: meto a merda dos marcadores todos dentro de um saco, retiro à sorte e confio na probabilidade. O que sair é o que pinta. Outra solução é usar aquela aplicação fantástica no telemóvel de retirar números à sorte, tal lotaria das cores! Se forem de qualidade, os objetos coloridos estão numerados.

E agora, começo pelo centro ou pela periferia?

Ou então, sento o glúteo no sofá a jogar o jogo da minha preferência.

15
Mai21

Quem nunca?

Sam ao Luar

Esta semana assisti ao seguinte diálogo entre mim e o meu filho de 6 anos:
— Mamã, queria casar contigo.
— Porquê, querias ser meu namorado?
­— Queria, mas o papá escolheu-te primeiro.


Ri-me, publiquei nas redes sociais e muita gente reagiu, rindo também. Alguns corações, porque realmente quem é mãe (ou pai?) sabe que estas coisas nos aquecem o coração, já de si frio.
Sem falar do facto de que, efetivamente, o papá teve que surgir antes...

Fui matutando algumas horas. Primeiro pensei: "Nem sabes como estarás casado comigo até ao final da minha vida!... muahahahah". Mas também não é isso que quero para esta criatura. Quero que seja um homem desenrascado, que não dependa de mim mas que possa contar comigo.

E depois matutei mais um pouco. O que faz um miúdo pensar na palavra "casamento" para descrever a relação que tem comigo? Acredito que ache que um casamento implique muito amor, carinho e acredito que seja isso que ele sente por mim. E eu por ele. Que se sinta tão confortável no meu colo e na minha companhia, que ache que esse realmente é o sinónimo de casamento.

Esta temática pode levar-me em duas direções: ou disserto acerca do casamento per se, que efetivamente é um tema que pode demorar horas... talvez dias... quiçá meses a desenvolver. Ou então falo da ilusão de nos sentirmos apaixonados/enamorados por pessoas, sítios ou situações que nos fazem sentir confortáveis, felizes e esquecer do que existe à volta. Quem nunca? Que atire o primeiro comentário...

13
Mai21

Clubidiotas

Sam ao Luar

Ainda acerca dos festejos...

Vindo isto de uma zona com muito respeito pelos merecidos vencedores. Compreendo a sua felicidade depois de um período tão grande de descanso!

Não sou aficcionada por nenhuma atividade desportiva. Não compreendo, portanto, a necessidade de vir para a rua festejar o sucesso de um clube (independentemente dele qual for, porque também tenho as minhas afinidades). Não compreendo a necessidade de cantar a plenos pulmões, gastar dinheiro em vestimentas e acessórios clubísticos, por muito giros que sejam.

Na minha modesta opinião, os clubes desportivos (e muito em particular a modalidade de futebol) não precisa do apoio monetário dos adeptos. Precisa do seu apoio moral, ok, é questionável. Se ao menos me pagassem um modesto "incentivo" financeiro ou mesmo o salário ao final do mês... eu pensava de outro modo.

Compreendo, sim, a vontade ir ver um jogo ao estádio de futebol. É outra "emossom" (como se diz aqui no norte). E mesmo assim, saio bem de fininho, antes do final do jogo, para não apanhar a confusão. Já me aconteceu sair e ouvir os festejos do último golo... cá fora... paciência!

Não compreendo, ainda, a necessidade de provocar distúrbios, causar danos à propriedade pública (sim, estou a falar do outro fulano que teve que destruir um semáforo e magoar meia dúzia de pessoas no processo), causar desacatos e mal-estar com o único objectivo de causar confusão e mal-estar.

Mais grave ainda: CONDENO qualquer tipo de atuação contra forças policiais. É uma tremenda falta de respeito e civismo. Se a polícia diz que é para dispersar, É PARA DISPERSAR. Se a polícia diz que é para ir para casa, É PARA IR PARA CASA. Quando vou descansada no meu veículo e a polícia me manda parar e mostrar os documentos, eu tremo da cabeça aos pais. Como é possível ver um cidadão (porque todos somos) a agir contra a integridade de um agente DA AUTORIDADE?

Agravando ainda o facto de estarem eles de capacede e bastão e escudos e armados até aos dentes. Eu confesso que tinha medo de levar na tromba...

Estas pessoas deveriam ser obrigadas a assinar 2 documentos: uma declaração de renúncia aos cuidados de saúde (uma vez que estamos numa situação de pandemia e se encontravam em situação de risco por vontade própria) e uma declaração de renúncia à defesa por parte das autoridades. Já que agiste contra eles, porque não?

#vivósporting #soeuseiporqueficoemcasa

11
Mai21

#cenasdeginasio

Sam ao Luar

Estava ela a tentar não falecer, numa máquina de puxar ferro, da qual não interessa o nome (nem sei), a tentar fazer uma série de 15 (somente!).

— Isto está muito pesado, não vai dar pr’ás 15!

— Também gosto muito de ti.

E é só. Posto isto, vou ali passar um pouco daquele gel fresco pós-treino, que não faz nada, é placebo, mas pelo menos é fresco.

10
Mai21

Aquele dia em que não sabes se estás bem se estás mal.

Sam ao Luar

Sabes aquele dia?

Acordas com vontade de sair da cama porque até já dormiste demais e te começa a doer o pescoço do desconforto da almofada. Mas não te queres levantar…

Estás com fome e com vontade de tomar o pequeno-almoço. Café com leite bem escuro e torradas com manteiga. O costume e com bastante gordura, para dar energia para a manhã (claro, que a gordura não se traduz em energia… mas sabe bem). E, no entanto, terminas o pequeno-almoço enjoada.

Arranjaste a roupa para vestir no dia anterior, até consultaste a meteorologia e sabes (mais ou menos, é sempre incerto) como vai estar o tempo. Olhas para a roupinha e parece que estavas louca: as calças não vão bem com a camisola, a t-shirt que pões por baixo faz-te parecer a hospedeira de bordo ou a caixa do supermercado e as cuecas não dão com as meias.

Calças as sapatilhas brancas (tudo vai bem com sapatilhas brancas) e o tempo está de chuva. Que se “nixe”. Agora já está.

Por acaso até encontraste um lugar fixe para estacionar…

Gostas muito da tua colega de trabalho. É inteligente e muito culta. Uma conversa muito boa. Piadas inteligentes, daquelas que ninguém percebe exceto tu, mas como se costuma dizer “mentes brilhantes pensam igual”! (modestas, somos muito modestas). Mas hoje não te apetece piadas, nem ouvi-las, nem fazê-las, nem sequer ouvir barulho. Pode ser só a chuva.

De tarde, vai fazer outros afazeres. E ficas sozinha, outra vez, com tudo o que é inerente ao teu trabalho sem partilha possível. Com o desenrolar da vida e das tuas preocupações todas na tua mente às voltas, incessantemente, uma e outra vez. Sem companhia. Sem um adulto. Já estive nesta situação uma vez, durante alguns anos. Sou triste, pareço melodramática. Tenho a certeza que me irei dar a conhecer melhor com o tempo.

Quando tudo à nossa volta é triste, e tu não sabes se estás bem se estás mal.

08
Mai21

Desafio dos Pássaros 3.0 - Tema 1

Sam ao Luar

https://desafiodospassaros.blogs.sapo.pt/

 

Foram sempre poucos minutos que valeram por muitas horas.

Ouço a sua voz como quem murmura coisas bonitas, cheias de promessas.

Inspiro e expiro lentamente, o ar que entra já não chega...

 

O nosso olhar que se cruza e o meu tempo que para.

 

“Queres ser feliz comigo?” - foi o que os olhos disseram.

Um espaço entre nós que encurta. O barulho de fundo que se derrete.

E a mente vagueia para longe. Percorre em mim um arrepio e um desejo.

 

Ouço a nossa respiração alterada. O meu coração a bater forte.

“Um momento, por favor, que já volto”. A esperança, rapidamente, que se desfaz.

“Vamos ver o mundo, só nós?”

Isso, não o disse mas foi... o que tenho a certeza que quis dizer.

 

_________________________________________________________________________________

Tema 1 - "Foi o que ouvi"

A mensagem é esta, mas tem que estar implícita.

Ora vamos lá ler com a devida "attention". 

 

08
Mai21

Abertura oficial - Desafio dos Pássaros 3.0

Sam ao Luar

Quis o destino que me encontrasse, em lugar de treino e desafio, com uma pessoa desafiante. Criamos alguma cumplicidade por artes mágicas (não sou uma pessoa de aproximação fácil...).

Apesar de ter conhecimento que tal personagem já era deveras conhecida e acarinhada, nunca tive à vontade suficiente para meter conversa com "personalidade ilustres". Com trocas de comentários pseudo-engraçados e sarcásticos nas redes sociais, em grupos que partilhamos o interesse, acabamos por trocar mensagens privadas. E foi tão bom!...

Contextualizando, foi em situação de isolamento/quarentena. Estamos todos sensíveis, com os nervos à flor da pele, com necessidade de contacto social e de desabafar. Encontrei um ombro amigo.

No meio de coisas e cenas, lá me convidou. Porque não o Desafio de Escrita Criativa dos Pássaros? Oh pá, nem sei o que é isso! Eu tenho lá jeito para essas coisas, não tenho jeito para nada que envolva criatividade e liberdade de expressão. Sou cientista... gosto de fazer exercícios de matemática para descomprimir (vá, podem descair os queixos que eu deixo...).

Assim, e como sou aquela pessoa que funciona muito à base do desafio, disse: "Vou pensar no assunto". Após saber o primeiro tema, a ideia surgiu-me da noite para o dia. Surpresa! Afinal, talvez até sejas capaz!

Está justificada a abertura oficial do blog. 

Para que não falte luar na tua vida. 

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