Não arranjes uma Sam
Ontem tive uma conversa que me deixou pensativa toda a noite. Pelos vistos, adquiri a fama de esposa castradora! Às páginas tantas, ouve-se a seguinte frase: "Ó amigo, não arranges uma Sam, olha que ela põe-te linha!"
Até certo ponto, sinto algum orgulho. Sou uma mulher forte, ainda não sei bem o que quero, mas aprendi com o tempo aquilo que já não quero mais.
No entanto, e agora a parte que me deixou apreensiva, não gosto de pensar que pensam que eu sou inflexível, castradora e que o meu companheiro é um "pau mandado". Não é verdade.
Estamos juntos à 20 anos, fruto de muito esforço. Nenhuma relação sobrevive se não houver paciência, amizade e compreensão. Além disso, "casa que não é ralhada, não é governada". E a minha é ralhada tantas vezes! Mas depois temos o discernimento de fazer as pazes (sem pedir desculpas, porque infelizmente somos os 2 estupidamente orgulhosos para isso).
Com toda a minha meditação noturna, cheguei a uma conclusão para o fato de eu, muitas vezes parecer agressiva e inflexível. Passei, na minha vida, muitos momentos em que tive que aprender a estar sozinha e a conviver com o meu próprio feitio. A lidar com as coisas. A lidar com as merdas da vida. Ao logo da minha educação, nunca ninguém me ensinou que está tudo bem se pedir ajuda.
Um conselho eu dou a todos aqueles que querem estar numa relação ou estão numa relação e querem ficar nela (principalmente os elementos do género masculino que têm a conhecida tendência para andarem distraídos): estejam atentos aos sinais. Estar com alguém, partilhar o mesmo quarto, e não perceber que a pessoa ao nosso lado está mal, por vezes muito mal, não é bom.