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Sam ao Luar

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29
Abr23

Desafio dos Pássaros... Outra vez?

Sam ao Luar

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Não foi um casamento, mas foi assim a modos que um amor à primeira vista. Depois de um inesperado "preciso de um grande favor: tomas conta dos meus filhos?" e de um surpreendente "ainda não acabaste o café?", percebi que afinal talvez quiçá pudesse ser uma união de facto. Sim, tomamos café ridiculamente grande, conversamos meia hora e é esse precisamente o tempo necessário para terminar o dito.

Depois, só depois, chegou o tão esperado pedido "olha, queres participar?". E quase "sem saber ler nem escrever", como se costuma dizer (e sem saber sequer do que se tratava, que poderia até ser desafio de cariz desconcertante), passei dos números às letras.

Foi, e ainda é, o choque e a surpresa a cada tema que surge. Uma busca pela inspiração aleatória, baseada em temas absurdamente divertidos, que teima em não surgir. Um nervoso miudinho ansioso por escrever. O choque de estar a chegar ao final do prazo e eis que a inspiração regressa, sempre inesperadamente, mas nos sítios do costume: ou na casa de banho ou no carro, naquela viagem que não sabes como chegaste do ponto A ao ponto B. Sem GPS.

Desafio dos Pássaros. Não sei porque se chama assim, nunca ousei perguntar. Sei que no meio da classe das aves me identifico aqui, oficialmente, como uma avestruz: não sei nem consigo voar, escondo muitas vezes a cabeça na areia. Mas também sei que sou grande e por isso almejo ser um albatroz.

04
Mar22

52 semanas de 2022 - livro favorito - pode ser autor favorito?

Sam ao Luar

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Iniciei-me na arte do gosto pela leitura muito cedo, porque, afinal, gostar de ler é uma arte. Cultiva-se. Só quem a ela se dedica, melhora. 

Iniciei, por isso, muito cedo o amor pelos livros de Stephen King. O mestre do suspense, terror psicológico, do mórbido e do macabro. Foi assim moldado o meu estilo de livros, filmes e mesmo os meus medos. Este brilhante autor mexe os cordelinhos dos nossos neurónios guardados no fundo do cérebro, aqueles que deixamos bem lá escondidos e que não queremos que apareçam porque as ideias que eles trazem metem medo. Adoro livros de terror, filmes de terror, tudo o que mexa com a mente sã e com os meandros do oculto e paranormal. E se quem viu os filmes baseados nos livros deste senhor acha meh? Não tem comparação ler um livro e ver um filme. Nunca. Em tempo algum.

Ler o livro é viajar, dar largas à imaginação, ver as coisas a acontecer na nossa mente. É exercitar o cérebro, a memória, moldar as nossas opiniões. É desenvolver o nosso espírito crítico, é ter asas para voar, é ter liberdade.

O que lemos nos seus livros mete realmente medo. Mexe com o que é de mais primário na mente humana. Se achamos que tudo o que escreve é inventado? Sim mas... e se não?

 

 

Desafio de Escrita - 52 semanas de 2022

Também participam neste desafio: A Introvertida, Ana do Green Ideas, Anita Não se Cansa disto, Bruno no Fumo do seu Cigarro, Carlos Palmito, Cristina Aveiro, Di a Mulher, Fátima Bento, Isabel M Silva, João-Afonso Machado, José da Xã, Maria Araújo, Maria do Abrigo das Letras, Olga Cardoso Pires, Purpurina

21
Fev22

52 semanas de 2022 - amizades do coração

Mini dissertação sobre o caracter evolutivo da amizade

Sam ao Luar

Estou convencida que o conceito de amizade adquire vários significados e evolui, através de um processo semelhante ao da seleção natural.

Na adolescência acreditamos que criamos amizades para a vida. São o mais importante que temos no mundo, muitas vezes acima de tudo o resto. Trata-se de uma tentativa mórbida de inclusão e aceitação de grupo. Tendemos a agir para enquadramento social, muitas vezes em detrimento do nosso bem-estar. Ou seja, fazemos muitas asneiras... E as amizades desaparecem. Fica nada.

Já na idade adulta (mas ainda dotados de imaturidade) acreditamos que somos independentes, que os amigos são passageiros, que há vários tipos de amigos, cada qual adequado para a respetiva ocasião: o amigo da corrida, o amigo da cerveja e das cartas, o do café, aquele que vai à praia, etc. Mas no fundo, no fundo, aquele amigo que vem quando precisamos, não há. Além disso, temos vergonha de admitir que dele precisamos. E, portanto, passamos este período de adultez imatura, sozinhos, mas acompanhados.

Nesta fase de maturidade (aquela que tem a perfeita noção de que ainda tem muito para aprender) em que me encontro, tenho a clara noção de que algumas amizades que fizemos na adolescência se mantiveram toda a vida em estado latente e que acabam por voltar. Sei que há "amigos" que só ligam mesmo quando é para pedir alguma coisa ou para "jogar e beber cerveja" e está tudo bem também.

Há outros, aqueles que eu mais gosto, que foram feitos numa partida do destino. Entraram assim na minha vida e no meu coração: uns devagarinho, quebrando barreiras, outros de rompante, quase sem pedir permissão. Aqueles que me dão tempo para respirar e que também me tiram o fôlego. Que concordam em discordar. E que me trazem felicidade: me aquecem o coração e a alma. Me dão paz e alento. Sanidade mental e qualidade de vida.

 

Desafio de Escrita - 52 semanas de 2022

Também participam neste desafio: A Introvertida, Ana do Green Ideas, Anita Não se Cansa disto, Bruno no Fumo do seu Cigarro, Carlos Palmito, Cristina Aveiro, Di a Mulher, Fátima Bento, Isabel M Silva, João-Afonso Machado, José da Xã, Maria Araújo, Maria do Abrigo das Letras, Olga Cardoso Pires, Purpurina

31
Jan22

Arte e Inspiração - Several Circle

Sam ao Luar

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Several Circle de Wassily Kandinsk

- 6... 5... 4... Ignição. 

O astronauta sentiu a adrenalina a aumentar e o corpo começou a tremer de ansiedade e excitação. Os motores rugiram. Ele sentiu o combustível a ser injetado nos enormes motores e viu a monstruosa nuvem de fogo e fumo que subia à volta do módulo que o levaria além-mundo.

- 3... 2... 1... Descolagem!

O enorme foguetão começou a subir, ele sentiu o espectável impulso, o aumentar astronómico da velocidade que permitia àquela máquina humana quebrar o atrito da atmosfera e subir em direção ao espaço.

Sempre quisera ser astronauta e viu o seu sonho ser realizado naquele dia. Estudou toda a sua vida e preparou-se física e mentalmente para isso nos últimos meses. De repente, o motor acalmou, o módulo deixou de tremer e ele concluiu que a travessia da atmosfera tinha terminado: estava solto no espaço, atração da gravidade do planeta Terra era já mais fraca. Soltou o arnês que o prendia, começou imediatamente a pairar e olhou pela primeira vez pela janela, para trás, para o planeta do qual acabara de sair.

Viu uma enorme mancha azul, recortada por contentes de diferentes cores. Viu as nuvens que bailavam por cima, percebeu a separação entre a noite e o dia. Viu as cidades iluminadas, identificou algumas. Mas acima de tudo, viu como o planeta era belo. Como a natureza era perfeita.

Pensou naquilo que já pensara muitas vezes: como cientista, não queria acreditar num Deus. Como homem e cientista, gostaria de poder acreditar num engenheiro criador. Tudo funcionava bem demais: a natureza, os seres vivos, a interação entre eles e com a natureza. O corpo humano, ele próprio, era uma máquina perfeita. A matemática, a química, a física, tudo estava bem. 

Ao ver o espaço negro à sua frente, infinito, sentiu-se muito sozinho. Deixara tudo para trás só para poder presenciar aquele magnífico espetáculo. Só conseguia sentir solidão e medo. Muito medo. Se alguma coisa correr mal, ficará perdido para sempre naquele vazio sem fim. Teria valido a pena? Sim, valeu. Tinha sido "o privilegiado, o escolhido". E agora só queria voltar para casa: para o seu planeta, para a sua segurança, para a sua família, os seus amigos, o seu trabalho de engenharia. Agora, só queria ser normal.

 

Neste desafio participam também Ana D.Ana de DeusAna Mestrebii yueCélia, Charneca Em FlorCristina AveiroImsilvaJoão-Afonso MachadoJosé da XãLuísa De SousaMariaMaria AraújoMiaOlgaPeixe FritoSetePartidas

18
Jan22

52 semanas de 2022 - uma memória

Aqueles pontapés da vida...

Sam ao Luar

Desafio de Escrita - 52 semanas de 2022

Gostava de partilhar uma memória feliz. Mas não.

Hoje vou partilhar uma memória de uma situação alarmante, que acontece de certeza com muitas mulheres por esse mundo fora. É uma injustiça. Deveria ser ilegal. Tira-nos o tapete debaixo dos pés, desiquilíbra-nos. A nossa tentação é cair desamparada no chão. No entanto, as mulheres levantam-se e procuram outro tapete. Mais uma vez.

Trabalhei algum tempo numa empresa na qual desempenhava uma função que nada tinha a ver com a minha formação. Acabei por gostar do trabalho. Considero que me tornei boa naquilo que fazia, a ponto de me proporem o contrato a termo, com renovações automáticas, como manda a lei, até à entrada nos quadros da empresa. O meu contrato foi renovado duas vezes. 

Estava grávida. Trabalhei até às 38 semanas. Não ia à casa de banho muitas vezes, trabalhava maioritariamente sentada, a falta de mobilidade não era um problema. Comia e bebia nas horas devidas e não mais. Entretanto, meti licença de maternidade. 5 meses, que são meus de direito e o meu bebé nasceu em Janeiro. É fazer as contas...

Lembro-me perfeitamente que o meu contrato acabava a 30 de Maio. 15 dias antes fui chamada. O meu contrato não iria ser renovado pela 3a vez, logo, não iria ficar efetiva na empresa. Pelo contrário, fiquei desempregada, com um pequeno de meio ano nos meus braços, sem perspetivas, desmoralizada, injustiçada. Eu sei que trabalhava bem, que cumpria os objetivos e fazia mais do que aquilo que inicialmente me estava destinado. Aprendi o trabalho, desempenhei-o melhor que bem. 

Tenho a certeza que o empregador não queria nos quadros da empresa um "mãe", com direito a horário de amamentação, faltas justificadas por assistência à família e com outras responsabilidades que, de repente, passei a ter. Tenho a certeza que o empregador não queria passar um bom funcionário à efetividade, porque isso traz outro tipo de encargos à empresa. Tenho a certeza que o empregador não fez nada de ilegal, porque não foi uma rescisão de contrato. Foi uma não renovação no tempo certo.

Se me senti enraivecida? Sim. Se me senti desolada e deitada fora como lixo? Também. Se me senti desamparada e com medo do futuro? Óbvio. Se continuei a procurar, outra e outra vez, começar do início, tudo de novo? Não poderia ser de outra maneira. 

Quem passa por este tipo de violência emocional resigna-se mas aprende. Aprende que o trabalho não é tudo, que a família está em casa. Aprende que os colegas de trabalho nem sempre são amigos e que os pontapés no rabo são gratuitos. 

 

03
Jan22

52 semanas de 2022 - Descreve a tua personalidade

Spoiler alert: não vão gostar...

Sam ao Luar

Desafio de Escrita 52 semanas em 2022

Tema 1: Descreve a tua Personalidade

Era eu ainda nova, a minha mãe gritou-me que eu era fria e calculista. Ela tinha razão. Mas para apimentar aqui a coisa, pedi ao meu companheiro de vida para descrever a minha personalidade em 5 palavras: teimosa, possessiva, corajosa, determinada e chata (acho que esta última foi para despachar...).

Eu sou fria e calculista. Sou insensível, instável (ora estou muito bem ora estou muito mal) mas também sou apática, muitas vezes. Sou aquela pessoa que enche, enche, enche e depois explode e... saiam da beira, quando isso acontece. Sou ciumenta e possessiva. Muito: o que é meu, é meu, tira daí as ideias. Em relação a tudo: amor, amigos, comida! Preciso da minha estabilidade, dos meus pés no chão, dos meus bens materiais. Sou preguiçosa para tarefas domésticas. Sou teimosa como uma mula, não suporto que não me deem a razão quando sei que a tenho, detesto que me diminuam e me retirem o valor. Não gosto de ter a fama e não ter o proveito. Sair da rotina cria em mim muita ansiedade. 

É tudo mau? Talvez não. Sou muito intuitiva, confio quase cegamente na minha intuição, ela tem quase sempre razão. Sou inteligente, trabalhadora, tento ser boa em tudo o que faço. Sei que não sou a melhor. Esforço-me, pelo menos. Faço tudo o que posso pelas pessoas de quem gosto, mesmo aquelas que não mereçam. No final, normalmente quem perde sou eu. Sou boa ouvinte, mas não sou boa conselheira. Acho que sou aquela que está presente mas em silêncio.

Detesto perder. No jogo, na vida, em tudo. Tenho dificuldade em acreditar em mim e não confio em elogios. Sou impiedosa e vingativa. Na generalidade, acho que não sou boa pessoa. Ou então, tenho consciência daquilo que é mau mas ainda não acredito naquilo que tenho de bom.

 

10
Nov21

Desafio Arte e Inspiração - Cabelo perseguido por dois planetas (say what?...)

Sam ao Luar

Desafio Arte e inspiração

Participam no desafio: Ana DAna de DeusAna Mestrebii yue, Célia, ConchaCristina AveiroFátima Bento GorduchitaImsilvaJoão-Afonso MachadoJosé da XãJorge OrvélioLuísa De SousaMariaMaria AraújoMarquesaMiaMartaOlgaPeixe Fritosetepartidas

Cabelo perseguido por dois planetas de Joan Miró.

Cabelo perseguido por dois planetas por Joan Miró

Sou da opinião que, para tudo na vida, há duas equipas: a que anda de relógio no pulso esquerdo ou direito, as que preferem salgados ou doces, as que gostam mais de praia ou neve. Há ainda aquelas que preferem o nascer do sol ou o pôr do sol. E ainda, mais particularmente na área que me compete (que trabalha na educação) há a equipa das letras e a equipa das ciências (e o terceiro grupo marginal, os indecisos).

Sou da equipa das ciências desde que nasci. Tenho aptidão para os números. Adoro aqueles exercícios de calcular muito, que ocupam uma página inteira. O raciocínio desfia como um novelo. É saudável para a minha mente, deixa-me calma, abstrai-me do resto. Faço exercícios de matemática como terapia de relaxamento, sim, sou assim doente. Gosto de objetividade na minha vida.

Gosto também muito de ler. Principalmente livros de terror, suspense e policial. Adorei estudar certos autores na escola, como por exemplo, Fernando Pessoa e Florbela Espanca. Percebo a utilidade de estudar línguas estrangeiras e o funcionamento da nossa própria língua. Acho fundamental adquirirmos a capacidade de bem falar e escrever. Nunca percebi (era eu gaiata), no entanto, o intuito de estudar a subjetividade das coisas e acho que o estudo de determinados autores é sobrevalorizado, nos dias que correm. Hoje percebo um bocadinho melhor...

Não quero com isto dizer que o ensino das ciências seja "mais necessário" que o ensino das línguas e humanidades. Como disse, há no mundo duas equipas e as duas são necessárias. Na minha opinião, e após trabalhar com diversas colegas da equipa das línguas, que o conhecimento geral desta área e até mais alargado que o da equipa das ciências. No entanto, ninguém me tira que a equipa das ciências tem um tipo de conhecimento muito mais aprofundado e trabalhado, mais "sagrado". 

Parece-me até, e desculpem a minha arrogância, que converter um elemento da equipa das ciências a estudar humanidades e a sair-se bem é mais fácil do que o contrário. Converter um elemento da equipa das humanidades às ciências matemáticas e físicas, vai dar muito mais trabalho!

Como professora, vejo facilmente e praticamente desde o inicio, a qual das equipas pertence o meu aluno. Há surpresas, claro, e há os indecisos também. Apesar de não fazer parte do meu trabalho (porque venha quem vier, não faz) ajudo-os muitas vezes a escolher o caminho deles: em direção ao seu nascer ou pôr do sol. Trabalho que, hoje em dia, tem muito valor mas infelizmente é muito desvalorizado. 

 

 

 

03
Nov21

Desafio Arte e Inspiração - Ilustração de Moda

Sam ao Luar

Desafio Arte e inspiração

Participam no desafio: Ana DAna de DeusAna Mestrebii yue, Célia, ConchaCristina AveiroFátima Bento GorduchitaImsilvaJoão-Afonso MachadoJosé da XãJorge OrvélioLuísa De SousaMariaMaria AraújoMarquesaMiaMartaOlgaPeixe Fritosetepartidas

Ilustração de Moda de Almada Negreiros.jpeg

Ilustração de Moda de Almada Negreiros

 

E se me falha a inspiração e eu não consigo escrever nada? A fonte secou, para mim, esta semana.

Por consideração a todos os que participam neste desafio, lamento desiludir-vos e prometo que para a semana me esforçarei devidamente.

Apreciemos apenas a arte contida na pintura. Em silêncio. E imagemos que vivemos naquela época, a época da Coco Channel, dos loucos anos 20, de Fernando Pessoa e Almada Negreiros. A época do cavalheirismo.

 

27
Out21

Desafio Arte e Inspiração - O Beijo

Sam ao Luar

Desafio Arte e inspiração

Participam no desafio: Ana DAna de DeusAna Mestrebii yue, Célia, ConchaCristina AveiroFátima Bento GorduchitaImsilvaJoão-Afonso MachadoJosé da XãJorge OrvélioLuísa De SousaMariaMaria AraújoMarquesaMiaMartaOlgaPeixe Fritosetepartidas

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O Beijo de Gustav Klimt

Hoje em dia, mais do que nunca, percebemos que o cumprimentar de beijo, principalmente entre pessoas que nem se conhecem, é perfeitamente desnecessário. Cumprimentar de beijo a tia, a prima, o tio bêbado, o tio-avô velho (que nos enche de baba) já não se usa. Sinceramente, acho até mais interessante o "cotobeijo". E muito mais salutar, como é óbvio.

O beijo pode ficar reservado para quem realmente importa. Dar um beijo pode começar a ter muito mais significado. Já não é o simples cumprimentar, é o demonstrar afetividade genuína. É manifestar carinho por quem merece.

O ternurento beijo de boa noite aos filhos ganha torna-se um cobertor mágico de proteção contra os pesadelos e a promessa de que o dia irá chegar novamente. O beijo de coragem ao irmão. O beijo ao amigo é a confirmação de que ele realmente é importante. O beijo ao companheiro de vida dá borboletas na barriga, arrepia os pelos e faz cócegas na nuca. É o prenúncio de algo mais.

O abraço, sim, esse faz falta. Muita falta. O desejo de contacto e afeto é algo de que nunca pensamos vir a precisar. O isolamento, forçado ou não, torna-nos apáticos, insensíveis, desregulados. O homem é um ser social. Precisamos contacto social, precisamos de ser necessários e sentirmo-nos necessários. Aquele abraço ao pai e à mãe, ao aluno, ao amigo de longa data que já não vemos ao mesmo tempo, ao primo que está emigrado, ao treinador que nos mantém saudáveis física e psicologicamente. Um abraço ao próximo, sentir o coração a bater com coração porque, afinal, estamos vivos. E todos aqueles abraços que ainda gostaríamos de dar a quem cá está, a quem já não está.

Não é preciso falar, o abraço fala por si em silêncio.

 

 

 

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