Desafio dos Pássaros... Outra vez?
Não foi um casamento, mas foi assim a modos que um amor à primeira vista. Depois de um inesperado "preciso de um grande favor: tomas conta dos meus filhos?" e de um surpreendente "ainda não acabaste o café?", percebi que afinal talvez quiçá pudesse ser uma união de facto. Sim, tomamos café ridiculamente grande, conversamos meia hora e é esse precisamente o tempo necessário para terminar o dito.
Depois, só depois, chegou o tão esperado pedido "olha, queres participar?". E quase "sem saber ler nem escrever", como se costuma dizer (e sem saber sequer do que se tratava, que poderia até ser desafio de cariz desconcertante), passei dos números às letras.
Foi, e ainda é, o choque e a surpresa a cada tema que surge. Uma busca pela inspiração aleatória, baseada em temas absurdamente divertidos, que teima em não surgir. Um nervoso miudinho ansioso por escrever. O choque de estar a chegar ao final do prazo e eis que a inspiração regressa, sempre inesperadamente, mas nos sítios do costume: ou na casa de banho ou no carro, naquela viagem que não sabes como chegaste do ponto A ao ponto B. Sem GPS.
Desafio dos Pássaros. Não sei porque se chama assim, nunca ousei perguntar. Sei que no meio da classe das aves me identifico aqui, oficialmente, como uma avestruz: não sei nem consigo voar, escondo muitas vezes a cabeça na areia. Mas também sei que sou grande e por isso almejo ser um albatroz.